Texto Vivendo nas contradições e incertezas (José Manuel Moran)
O texto aborda a questão de como e quanto o ser humano é contraditório em todas as fases de sua vida.
Segundo o autor, José Manuel Moran, esta é a nossa riqueza e a nossa pobreza, pois neste contexto, tudo aparece como um mosaico, com cores diferentes e irregulares, mas que no final, tudo faz sentido.
Dessa maneira, há que se convir que o mundo de hoje, globalizado como ele se apresenta, realmente nos leva a agir de maneira incerta, sendo que hoje, o absoluto, já pode não sê-lo mais amanhã.
Estamos muito apegados aquilo que consideramos certo, bom e eficaz, pois isto acomoda, nos coloca numa posição de decisões que não nos complicarão, pois já sabemos “decor” as justificativas, caso tenhamos que apresentá-las... Enfim, é mais fácil não se expor, é melhor não dissertar sobre o que está à nossa frente.
Ainda sofremos muito pela rejeição de nossas idéias, por isso o silêncio é, quase sempre, nossa melhor resposta, quando na verdade, nem sabemos o ponto forte que podemos ter, em nossas idéias e “insights” momentâneos. isto leva a crer que, nem sempre, estamos convictos da força inovadora que temos.
Moran compara a vivacidade de uma criança com a apatia de um adulto e nos questionamos: Por que, ao longo do caminho, tantas coisas se perdem?
A resposta é simples: precisamos desaprender a ter certezas, a descrer dos que sabem tudo, a rever dogmas que parecem definitivos...
O que é certo também é que devemos nos acostumar que os conhecimentos são mais “curtos”, provisórios, incompletos.
Certamente quando compreendermos que as contradições vão estar presentes ao longo de nossa vida e que nós, querendo ou não, vamos estar inseridos nela, seremos pessoas mais corajosas, mais satisfeitas.
(link: www.eca.usp.br/prof/moran)
Texto complementar do livro Aprendendo a viver, 3 ed. São Paulo: Paulinas, 2002.